O THRILLER POLICIAL MILLENIUM, DE STIEG LARSSON

Hoje venho falar sobre essa espetacular obra da literatura policial, criada por Stieg Larsson (1-3) e posteriormente por David Lagercrantz (4). Millennium está entre as melhores obras de thriller e romances policiais da história, com adaptações para o cinema sueco e americano. Com personagens originais e únicos, entre eles Lisbeth Salander, simplesmente uma das melhores/se não a melhor heroína da literatura mundial, Larsson nos guia através de toda uma gama de corrupção, organizações fascistas e racistas de seu país. Estão prontos para saber porquê eu venho idolatrado estes livros por tanto tempo?

Sinopse:

Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.

Quase quarenta anos depois, o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger, e que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente. (Companhia das Letras)

Stieg Larsson, o escritor da trilogia, foi também jornalista e defensor dos direitos humanos, recebendo diversas ameaças de morte. Seus livros são sucesso absoluto na Suécia: A cada 4 pessoas, 1 leu Millennium. Faleceu em 9 de novembro de 2004, com 50 anos, vítima de um ataque cardíaco depois de subir sete lances de escadas até ao seu escritório, pois o elevador encontrava-se quebrado. Um quarto livro estava sendo escrito, mas não pode ser concluído.

Essas foram as primeiras edições de Millennium lançadas no Brasil pela Companhia das Letras, e cá entre nós, as minhas favoritas. Conheci a série por acaso enquanto procurava por um outro livro. Devorei as páginas do primeiro exemplar da até então "trilogia" durante as noites e confesso que dormia meio perturbado. O caso que os protagonistas enfrentam logo de começo é repleto de mistérios e causa medo. Os volumes seguintes basicamente são como um livro único (2 e 3) e foi torturante terminar o segundo e ter de esperar sair o terceiro. Li cada página com muita lentidão, para que durasse bastante tempo e, logicamente, veio a tristeza quando a série terminou devido ao seu autor ter morrido logo após entregar os projetos para publicação.

Já estas são as capas da última republicação da série Millennium já trabalhadas em um novo layout que casam bem com o quarto livro, de autoria de David Lagercrantz, que dá continuidade ao trabalho de Stieg Larsson. As primeiras republicações vinham também com capas diferentes, porém com formato econômico sem as orelhas da capa. As imagens eram de uma atriz fazendo o papel de Salander.

Apesar de gostar muito mais das primeiras capas e das chamas que delas emanam, eu tive que comprar essas novas devido a organização da coleção na estante, já que o 4º livro não acompanharia muito bem as primeiras edições e também, claro, por ser fã e achá-las muito bonitas, leia-se: "querer ter todos" hahaha.

Lisbeth Salander é uma heroína anoréxica de 20 e poucos anos, anti -social, bissexual , gênio da computação, hacker, "A" Hacker, bem vingativa, obstinada, muito resistente a dor, tem memória fotográfica, corpo tatuado e com piercings, cabelos negros e curtos, está sob custódia do Estado e foi declarada oficialmente incapaz. É simplesmente uma das melhores criações da literatura mundial. Uma convincente personagem da ficção e muito real. Não há como não se apaixonar por ela e por sua personalidade complicada. Larsson deu vida a um ser incrível e marcante, que você gostará de revisitar diversas vezes.

Noomi Rapace, de origem sueca, foi a primeira atriz a interpretar Lisbeth Salander nas adaptações dos filmes sueco-dinamarquês da série Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, A Menina Que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar, ganhando rapidamente fama mundial e uma entrada garantida em Hollywood. Sua interpretação foi exímia e muito fiel a personagem e obra original de Stieg Larsson. Enquanto não lançava no Brasil o volume 3, eu assisti as 2 primeiras adaptações e foi inevitável não mentalizar Noomi Rapace como a minha imagem de Salander enquanto eu lia o volume 3. Ela ainda ganhou o Prêmio Guldbagge (prêmio principal da Suécia) e foi nomeada para a BAFTA e European Film Award. Ela é, na minha opinião, a Lisbeth Salander definitiva.

Rooney Mara interpretou Lisbeth Salander no remake de The Girl With the Dragon Tattoo, papel que foi disputado por atrizes de peso como Scarlet Johansson que foi considerada muito sexy pelo diretor David Fincher. A atriz disse que antes de ler os livros, achava que não conseguiria interpretar a personagem e mesmo depois de conhecer toda a obra, pensava não ter chance de conseguir o papel. Fincher pediu que as últimas candidatas fizessem uma das cenas mais impactantes do livro um, uma das grandes cenas da personagem Salander, e Mara se saiu bem no teste. Depois de mais algumas cenas já com cabelo e maquiagens iguais a da personagem, ela recebeu a noticia de que havia conseguido o papel. Apesar de ter achado o filme bacana e sua atuação boa, Noomi Rapace ainda é para mim a Lisbeth Salander definitiva e a que eu sempre enxergo quando releio meus livros.

Qualquer informação a mais poderia estragar a experiência de leitura de vocês, então deixo aqui o meu ponto final e espero que todos vocês se embrenhem pelas ruas de Estocolmo e por este maravilhoso Thriller Policial que com toda certeza irá lhes encantar de alguma forma. Depois contem aqui pra gente as suas experiências.