O Horror de Dunwich, de H. P. Lovecraft
(imagem: Santiago Caruso)
O Horror de Dunwich narra estranhos acontecimentos no vilarejo de Dunwich, em 1913, mais especificamente centrado na família dos Whateley. Lavinia Whateley é uma mulher albina, deformada e nada charmosa, rodeada de rumores sobre bruxarias e feitiçarias por causa de seu pai, que tem reputação de usar magia negra.
Ela dá à luz um menino, filho de pai desconhecido e de aparência muito incomum e bizarra, com feições de bode e um tom de pele contrário ao da mãe. A criança começa a causar espanto a medida que desenvolve um crescimento desenfreado, aparentando ter dez anos, quando só tinha três.
As pessoas da redondeza observam e estranham as atitudes da família. O velho Whateley, pai de Lavinia, compra gados de forma desenfreada e ninguém consegue notar qualquer sinal de aumento no seu rebanho. Além disso, ele e seu neto Wilbur começam a trabalhar em uma ampliação do segundo andar da casa e reforçam as proteções das janelas e portas sem qualquer motivo aparente. Os moradores da região ouvem estranhos sons vindo da casa.
(imagem: Santiago Caruso)
Mais tarde, com quase dois metros e quinze de altura e ainda crescendo de forma sobrenatural, Wilbur descobre o livro Necronomicon, logo após explorar conhecimentos proibidos. O Necronomicon é um grimório com rituais de ressurreição dos mortos, ensinamentos de como contactar-se com entidades sobrenaturais e magia negra capaz de trazer antigas divindade à Terra.
Como alguns fragmentos de tradução estão faltando em sua edição do livro, Wilbur sai em busca de uma edição completa pelas bibliotecas das universidades próximas. O que ele poderia estar tramando? Este é um dos grandes mistérios que antecedem o dia do Horror de Dunwich.
“Nem é para ser pensado... que o homem não é nem o mais velho e nem o último mestre da terra, ou que o amontoado de vida e substancia andam sozinhos. Os Antigos eram, Os Antigos são e Os Antigos irão ser. Não nos espaços que conhecemos, mas entre eles, eles andam serenos e primários, unidimensionais e para nós invisíveis. Yog-Sothoth conhece os portões, Yog-Sothoth é o portão. Yog-Sothoth é a chave e o guardião do portão. Passado, presente, futuro, são um só em Yog-Sothoth. Ele sabe onde Os Antigos ressurgiram no passado e sabe onde eles deverão ressurgir novamente...”
(imagem: sorrowking)
Completamente perturbador e grotesco, este conto foi o que mais me causou inquietação e medo. A cada parágrafo eu ficava temeroso e espantado com o que poderia descobrir ou presenciar. A narrativa vai preparando o leitor para algo completamente inesperado e jamais visto; as descrições e características dos horrores presentes neste conto ficam a cargo da imaginação, com detalhes que cada leitor pode interpretar de forma diferente, pois é incompreensível a mente humana. O horror é completamente psicológico, você vai caminhando pelas ruas de Dunwich junto com os personagens e sentindo o pânico despertar a cada página. Por se tratarem de entidades vindas de eras anteriores a humanidade e ainda de fora da Terra, o autor deixa claro que não é possível descrever o que é enxergado pelos personagens, pois não são feitos de nenhuma matéria de nosso conhecimento, transcendentais a mente humana.
Eu sonhei com esse conto para se ter uma idéia de como mexeu comigo, mas este é exatamente o tipo de horror que eu curto, estes que, o que se passa, é indescritível. Para adentrar no famoso "Mitos de Cthulhu", é essencial que você leia o Horror de Dunwich, pois além de ser uma ótima pedida para este mês do Dia das Bruxas, é também um dos melhores trabalhos de Lovecraft. Super recomendo e bons sonhos.
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