A PASSAGEM, DE JUSTIN CRONIN
Uma experiência do exército sobre um grupo de detentos condenados à morte, financiada pelos Estados Unidos para fins de criação de super-soldados, não sai como o planejado, causando um terror de proporções apocalípticas. As cobaias são infectadas com um vírus modificado e ganham uma força extraordinária, imensa capacidade regenerativa e hiper-sensibilidade à luz...
A segurança do local é quebrada e uma fuga põe a solta monstros sedentos por sangue.
Ao anoitecer daquele dia, uma carnificina e destruição indescritível causada pelos fugitivos assola a cidade, talvez todo o planeta. A cada noite a população é reduzida e as esperanças de sobrevivência se tornam, cada vez mais, uma mera ilusão.
“Aconteceu depressa. Trinta e dois minutos para um mundo morrer e outro começar a nascer”
O agente do FBI Brad Wolgast, tenta a todo custo proteger uma criança de 6 anos, órfã e com um passado trágico. Amy fez parte do falho experimento que deu início a este imensurável apocalipse e diferente dos detentos, não herdou toda a malignidade da experimentação. Ambos percorrem um escuro futuro cheio de violência e desespero, com a expectativa de que só ela tenha o poder de salvar o planeta arruinado.
Antes de se tornar a Garota de Lugar Nenhum – Aquela que Surgiu, A Primeira, Última e Única, a que viveu mil anos – ela era apenas uma menininha de Iowa chamada Amy. Amy Harper Bellafonte
Os sobreviventes remanescentes criam uma fortificação nas montanhas, totalmente cercada com muralhas de concreto e com holofotes de alta potência, para dirigir suas luzes para as monstruosidades que tentam atacar todas as noites. Mas as baterias estão quase no fim da vida e as precárias condições do local estão prestes a colocar um fim no único fio de expectativa de sobrevivência.
Este não é apenas mais um livro de tema pós-apocalíptico. A Passagem está entre o que há de melhor dentro do gênero. Apesar de ser extremamente volumoso em número de páginas e pesado, a leitura não é nem um pouco cansativa, despertando o desejo até de que a história se estenda ainda mais, caso não soubéssemos de que se trata de uma trilogia. Os personagens principais são apenas pessoas normais que contra todas as probabilidades conseguem alcançar coisas extraordinárias, pessoas normais que têm de lidar com as terríveis consequências de suas ações, com personalidades fortes, causando muita discórdia e brigas. Cronin pegou o vampiro, que hoje em dia é muito popularizado, e modificou para atender a história, transformando-os em seres virais. A explicação para a gênese desses monstros é completamente satisfatória e autentica.
A narrativa é feita não apenas pela narrativa em terceira pessoa, mas também através de e-mails e diário. Retratando um mundo irreversível, o livro começa forte e não diminui nunca. A linha temporal da história pode parecer confusa no início, mas tudo se encaixa perfeitamente no decorrer das páginas.
A maioria da população está morta ou tornou-se um "Viral", como são chamadas as criaturas, e a descrição desses seres me lembrou em muito a dos vampiros do filme "Eu Sou a Lenda" com Will Smith (como nunca lí a obra literária, faço menção apenas ao filme).
O suspense e a sensação de perigo se estenderam a mim, que tremia quando um Viral estava por perto e os protagonistas tinham que se esconder, pois diferente dos vampiros tradicionais que perfuram o pescoço de suas vítimas para sugar o sangue, as criaturas criadas por Cronin são extremamente violentas e rápidas, com ataques implacáveis, não se importando em desmembrar suas vítimas para tomar seu sangue.
Uma grande história sobre a luta da humanidade após uma catástrofe jamais esperada e todos os esforços para reconstruir suas vidas, confrontando este mal absoluto em um mundo tomado pela morte. Recomendadíssimo.
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