SEGREDO DE SANGUE, de Tess Gerritsen
Dois homicídios que a princípio não tinha nada em comum, se tornam um verdadeiro enigma para a detetive Jane Rizzoli e a médica legista Maura Isles. Cassandra Coyle, uma roteirista e produtora de filmes de terror independentes de 26 anos, é encontrada morta em seu quarto, deitada na cama com os olhos arrancadas e posicionados na palma de sua mão. Sua morte evoca bem às suas produções aterrorizantes, levando à suspeita de algum espectador de seus filmes. Fora este detalhe mórbido, nenhuma outra lesão foi encontrada.
Timothy McDougal, um contador e 25 anos, é o próximo homicídio encontrado pela dupla, morto num píer na véspera do Natal. Em seu peito haviam três flechas que, nitidamente para a perícia, foram introduzidas no corpo após à sua morte.
As duas cenas levantam suspeitas de que as mortes podem ter sido cometidas pelo mesmo assassino. Essa suposição ganha forças quando uma figura em comum aparece nas gravações de uma câmera de monitoramento armada pela polícia nos velórios.
Quando a detetive Rizzoli descobre que as vítimas poderiam ter se conhecido no passado, a investigação é levada há vinte anos atrás, quando uma acusação séria de abuso de crianças levou à prisão de uma família inteira.
Tess Gerritsen já entrou para o meu time de autores de thrillers favoritos! Posso estar sendo precipitado? Posso. Mas é nítido que a escrita da autora é envolvente e fascina o leitor de uma forma sublime. Somado a isso o fato de este ser o décimo segundo livro da série Rizzoli / Isles, que por si só já mostram que ela tem bastante domínio sobre suas personagens, que já vivenciaram várias situações juntas. No entanto, esse fato não deve assustá-los, pois este livro é isento de spoilers sobre as outras obras, com apenas pequenos detalhes sendo mencionados, o que é normal. Na verdade, ficamos ainda mais sedentos por conhecer o restante da série, todos publicados no Brasil pelo Grupo Editorial Record.
As vidas pessoais dos personagens centrais são muito bem estabelecidas para o leitor, além de seus conflitos familiares e sociais. A legista Maura apesar de ser adotada pela família Isles, tem um pequeno contato com sua mãe de sangue, uma serial-killer cruel que está na luta entre a vida e a morte, logo após o diagnóstico de um câncer terminal. Já a Detetive Rizzoli tenta conviver com seus pais que reataram o casamento recentemente, mesmo que sua mãe demonstre total infelicidade com a escolha.
Os capítulos se intercalam entre primeira pessoa, pela narrativa de Holly Devine e em terceira pessoa, registrando os outros acontecimentos fora da visão desta personagem. Holly é um completo mistério, que nós leitores podemos desvendar aos pouquinhos, a ligação que ela tem com os fatos gerais da trama. Os acontecimentos finais são bastante frenéticos e dá uma sensação de pânico junto com os personagens. Achei que a autora entregou um pouco cedo demais os acontecimentos cruciais da investigação. Sendo assim, o plot-twist ficou um pouco morno, mas não menos empolgante. Ele é compensado pela criação da motivação dos crimes, que é sensacional e assustadora. A narrativa da autora é espetacular e vale a pena cada linha percorrida para chegar ao fim deste excelente thriller policial. Adoro quando mulheres são as responsáveis pela investigação de um crime, pois diferente dos homens, elas veem tudo sobre uma nova perspectiva. Ao colocarem seus próprios sentimentos no caso, conseguem perceber fatos que passaram batidos e ninguém deu tanta importância.
Vou me aventurar em toda a série com toda a certeza! Me apaixonei nessa dupla!
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