2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO
Para os amantes da ficção científica no cinema, o consagrado filme de Stanley Kubrick de 1968 talvez não te deixe tão surpreso. Para mim, só conto com a experiência de leitura para comentar por aqui minhas impressões sobre o livro 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Arthur C. Clarke.
A primeira parte do livro é uma das coisas mais lindas que já vi. Arthur C. Clarke mergulhou em tempos muito longínquos, onde nossos ancestrais eram tão primitivos que ainda não poderiam ser considerados da espécie humana. Ao mesmo tempo haviam indivíduos dentre aqueles seres que possuíam uma inquietação dentro de si que poderia ser uma centelha para as evoluções a seguir. Provavelmente levariam ainda mais e mais milhões de anos, isso se não fôssemos dizimados por predadores caso não houvesse a interferência dos monolitos fazendo pequenas experiências que abririam o caminho para a humanidade.
"(...) Aquele-que-Vigia-a-Lua sentiu as primeiras pontadas leves de uma nova e poderosa emoção. Era uma vaga e difusa sensação de inveja - de insatisfação com a vida. Ele não tinha ideia da causa, e menos ainda da cura, mas o descontentamento se instalara na sua alma, e ele tinha dado um pequeno passo em direção da humanidade."
O autor brinca conosco nesse inicio fazendo um salto temporal enorme para um tempo onde as explorações interplanetárias são uma realidade muito mais palpável do que para nós que vivemos 2017. Deixando uma saudade linda daquela primeira parte do livro, de tão bela que é. Numa estação instalada na lua, descobre-se enterrado há mais de dez metros de profundidade, um grande bloco preto, o monolito, cujo a datação indique 3 milhões de anos e é a prova da existência de inteligência fora da Terra. Quando imediatamente foi exposto aos raios solares após ser desenterrado, a única reação desse monolito foi o envio de um sinal que iria diretamente para Saturno. As partes seguintes do livro acompanharão a expedição da nave Discovery até esse planeta em busca de descobertas da origem desse misterioso bloco preto.
2001: Uma Odisseia no Espaço é uma ficção científica contemplativa, até mesmo poética. Admito o medo de achar que a parte inicial seria a única que me trouxesse admiração, porém o meio foi se encaminhando para outro momento belíssimo nos capítulos finais, já em Saturno. Mais que uma jornada de exploração, outros pontos como a ideia hibernação na nave para suportar uma longa viagem interplanetária e o conceito de inteligência artificial representada pelo computador HAL 9000, maravilhoso para um livro do final dos anos 1960, proporcionam uma riqueza sem igual para a obra. A escrita do autor é deliciosa até nos momentos que parecem que não rendem, pois descobre-se logo ali na frente que ele estava te conduzindo para algo maior.
Embora eu tenha gostado livro, ressalto que eu não o indicaria para que nunca leu nada de ficção científica. Não é um livro difícil de ser lido, mas requer uma atenção mais especial de alguém que já está mais acostumado a esse tipo de literatura. Eu estou ainda engatinhando nesse caminho, mas agradeço por ter lido outros livros do tipo primeiro.
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