NEUROMANCER, DE WILLIAM GIBSON
Uma inteligência artificial tem uma limitação que não a permite ser completamente livre e independente. Sua parte que tem autonomia passa a agir para recrutar pessoas que possuem a capacidade para que ela realize seu objetivo. Utilizando um homem conhecido como Armitage para "coletar" essas pessoas, ele e sua recém contratada, Molly, capturam Case, um cowboy (hacker nesse unvierso) reconstituindo seu pâncreas destruído pelas drogas e ao mesmo tempo deixando uma toxina que só terá seu antidoto se ele fizer parte desse projeto.
O que hoje se torna uma sinopse simples de formar para vocês, leitores, outrora foi completamente impossível para mim. Neuromancer é uma obra precursora do gênero cyberpunk e que foi lida por mim em 2015. De ponta a ponta, consegui a façanha de não ter entendido absolutamente nada do que havia lido, deixando comigo somente uma genuína curiosidade de entender aquele universo. Obviamente, parte do problema estava em não estar contextualizada no universo que o livro propõe. Claro que eu havia visto por alto filmes como Matrix, que notoriamente teve Neuromancer como uma das influências, mas nunca tinha me inserido de verdade no universo. Imagino que para quem esteja acostumado, a leitura seja mais fluida, mas foi sendo apresentada a algumas adaptações do cinema que pude me sentir apta a iniciar novamente a Trilogia do Sprawl. Assistir Blade Runner e Ghost in the Shell, bem como outras obras, deram a mim uma base visual inacreditável, tanto que ao reler Neuromancer, as coisas fluiram como jamais javia acontecido dois anos antes.
A obra foi escrita em 1983, portanto em minha imaginação, optei por imaginar o futuro que eles imaginavam na época. Cidades do mundo que eles visitaram como Chiba City, me lembram noite, neon, roupas de couro, bares, superpopulação, uso irrefreado de drogas, aquela cor meio esverdeada dos ambientes iluminados... Os personagens não tem glamour, nem mesmo Armitage que detém tanto dinheiro quanto seu chefe lhe permite, embora a tecnologia esteja tão avançada que melhorias corporais como unhas de aço são feitas em escala industrial, tanto no mercado legal quanto no obscuro. Eles são ferrados, drogados e devem para todo mundo. William Gibson deu todos esses detalhes de bandeja para uma leitora que, trinta anos depois, teve certos problemas de compreensão.
Sendo uma obra que marcante até hoje e ser uma história que fecha em um livro só, Neuromancer tem as sequências Monalisa Overdrive e Count Zero e em breve as reviews aparecerão aqui no blog.
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