NIJIGAHARA HOLOGRAPH, de INIO ASANO
Eta responsabilidade! Vir aqui e tentar explicar (e entender junto) Nijigahara Holograph, obra em volume único de Inio Asano, publicada aqui no brasil pela JBC. Não é fácil porque o mangá tem uma estrutura não-linear e há muitos personagens numa trama que mistura o slice of life com o realismo fantástico. Porém, vou procurar explicar sem spoillers para quem ainda não conhece sobre a obra e depois nós conversamos, de quem leu para quem leu, um pouquinho sobre ela.
VAMOS NOS SITUAR
Nijigahara Holograph insere o leitor numa série de acontecimentos que mesclam presente e passado de alguns personagens que moram/trabalham/estudam aos arredores de um túneo no parque Nijigahara. Uma garota, Akie, está em coma há mais de dez anos por conta das consequências de bullying no colégio e todos os percalços que acontecem, de alguma forma, interligam-se entre as pessoas que tiveram contato com ela. Apesar disso, a história é pautada no inicio, meio e fim, por outro personagem; um garoto chamado Suzuki.
Tudo envolve muita crueldade, depressão, bullying, apatia, abusos, mortes, estupro e violência numa cadeia entre professores, alunos e parentes, ao mesmo tempo que uma narrativa misteriosa e poética, se funde com um mito da região inserido no imaginário coletivo dessas pessoas.
CABEÇA EXPLODE
Eu já tive a grande felicidade de conhecer Inio Asano através de Solanin, obra de apenas dois volumes que li, vi o filme e ainda mato saudade ouvindo a música que faz parte da história - nota: preciso postar review aqui ainda. E bem, lendo esse mangá, já se percebe que Asano-sensei é alguém cujo as obras precisam ter uma atenção a mais.
Ler Nijigahara Holograph te deixa confuso. Uma confusão de “meu deus preciso pesquisar sobre o que as pessoas falam dessa obra”, e foi isso que fiz assim que terminei de ler e vi que poderia ser uma enrascada se eu escrevesse alguma besteira por aqui. A obra contém muitos detalhes sutis e simbólicos (como as borboletas) que necessitam de uma visão mais apurada para tirar suas conclusões e criar suas próprias teorias. Inio Asano usa de muitas técnicas desde linguagem cinematográfica atreladas a uma imaginação muito peculiar e para leitores desavisados isso pode parecer uma desculpa para justificar algum defeito. Pelo menos de minha parte, não. A desorientação que os dois mangás que li dele me provocaram, não me provocaram desistência, pelo contrário, provocaram em mim a busca por mais e pelo visto, não foi só comigo.
Sem dúvidas, são necessárias algumas releituras para compreendê-las por si só, mas essa análise do Finis Geekis publicado em 2016 e também esse artigo do Elfen Lied Brasil publicado em 2012 já te adiantam um bom bocado e elucidam sobre muita coisa. Existe mais posts por aí e de gente muito boa, mas esses dois são bem completinhos. Por isso, se você terminou de ler o mangá, corre pra lá e leia os posts, que valem cada minuto de seu tempo. Ah, e se você ja leu, o artigo do Elfen Lied Brasil trouxe no final uma tradução própria e com alguns adendos de um tópico de um fórum onde pautaram os acontecimentos na ordem cronológica. Fica a dica ;)
“Este livro foi cedido ao TRIPLO BOOKS de cortesia pela editora. Independente da parceria, todas as reviews tem como principal característica, a franqueza com as opiniões postadas.”
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