O PLANETA DOS MACACOS

Desde que notei que meu gosto de leitura estava se modificando, venho descobrindo alguns livros que geralmente eu não leria. Até alguns poucos anos atrás eu lia basicamente ficção fantástica e romances, abrindo pouco espaço para algo diferente. Quando vi que estava ficando saturada com esses estilos que eu adorava, aprendi a procurar as histórias sem usar somente a magia e e casais apaixonados como filtro. Hoje em dia eu me considero bem eclética. E é por isso que a ficção científica tem ganhado espaço em minha vida.
Numa viagem espacial para descobrir planetas habitáveis como a Terra, três tripulantes da nave encontram Soror. Perfeita, com a qualidade de ar necessária e água potável, os viajantes logo descobrem que sim, há humanos. Porém percebem algo estranho: seus comportamentos arredios, suas falas parecem mais um grunhido e os olhos não tem a vivacidade de um ser consciente.
Espere, vem vindo mais alguém! É inacreditável, Soror também possui seres primatas! Realmente encontraram o planeta perfeito. Mas por que são os macacos que estão eretos e bem vestidos? Por que apesar não entender nada, o som que sai de suas bocas parece uma espécie de comunicação? Por que o brilho nos olhos mostram algo que esperaria vir dos humanos? Por quê?
O Planeta dos Macacos é um tipo de livro que carrega um certo peso. Não pela experiência de leitura, mas por ser um clássico também no cinema. Mesmo quem não viu os filmes antigos como eu tem certa noção do que a obra aborda.
Assim que pisam em Soror, batizam o planeta com este nome. Esse gesto que parece corriqueiro e simples é uma grande cutucada ao leitor. Afinal, tamanha é a arrogância do ser humano, que toma como seu um planeta que se quer sabiam se já estava habitado.
Dentre os viajantes, é Ulysse Mérou quem irá nos acompanhar por toda a obra. Logo a pessoa mais simples dentro da nave. Um mero jornalista que viajou para levar a noticia quando voltassem. Ulysse fora um dentre vários humanos capturados pelos macacos para serem cobaias de pesquisa. Ironia do destino ou outro tapa de luva que Pierre Boulle deu em nossas faces?

imagem: screenshot filme
São através de cartas deixadas por Ulyse Mérou que sabemos de sua história como um animal enjaulado. Assim como nossos macacos aqui na Terra, o jornalista foi testado em Soror, tentando em todos os momentos se mostrar como um ser que possuía inteligência, sem conseguir muito sucesso. Foi através da chimpanzé Zira, uma adorável cientista do laboratório, que uma comunicação real conseguiu ser feita. E são com os diálogos entre o ser superior e o animal (interprete isso como quiser) que montamos o quebra-cabeça dessa história.

imagem: screenshot filme
O Planeta dos Macacos tem poucas páginas, mas o suficiente para fazer vários questionamentos sobre nossa sociedade; cultura, hierarquia social, evolução das espécies, prepotência humana e até mesmo uma pincelada no conceito da alma.
Quanto aos filmes, assisti apenas os mais recentes. E tenho conhecimento que o final dos antigos são diferentes do final dos livros. Quem sabe não é a hora de assisti-los?
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