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KOE NO KATACHI

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Koi no Katachi é uma história forte. Densa. O filme em anime inicia no tempo presente, quando Ishida vende todos os seus pertences, deixa o valor em dinheiro para sua mãe e está prestes a se jogar de uma ponte. Logo em seguida um corte para o passado, no ensino fundamental, quando Ishida era um garoto ativo, líder de grupo, porém indomável. Uma nova aluna de classe, a Nishimiya, aparece em sua turma. Ela tem deficiência auditiva e se comunica por um caderno. Essa primeira parte do filme mostra como Ishida praticou e incentivou o bullying com a nova aluna, por mais que ela mantivesse o esforço de criar uma amizade com seu agressor. Após perder o 8º aparelho auditivo os pais de Nishimiya contatam a escola cobrando as devidas providências por parte do corpo docente. Diante dos professores, Ishida é exposto pelos seus próprios colegas e a situação se inverte. Já conhecido por todos como o garoto que pratica bullying, passou a ser rejeitado e sendo vítima das mesmas agressões da qual praticava.

 

O filme é tão fantástico, não somente pela arte belíssima da animação, que ele põe o expectador para conhecer todos os lados da moeda. Depois desse flashback do passado, acompanharemos novamente a ótica de Ishida a partir do dia seguinte que tentou suicídio, quando já é um adolescente do ensino médio. O dinheiro que deixou para a mãe antes de ir para a ponte era a devolução da dívida que ela fez para o ressarcimento dos aparelhos auditivos da Nishimiya, e aí vamos percebendo que de um garoto ativo, o jovem tornou-se alguém recluso, de ombros curvados, excluído e sem amigos, inseguro e completamente tímido. Carregado completamente pela culpa do que causou por tantos anos, sofrendo também com a mesma moeda.



Nishimiya é uma menina maravilhosa, tem uma bondade no coração mesmo quando era agredida e rejeitada por tantos colegas quando mais nova. Quando Ishida volta a fazer contato, o sentimento de amor e de medo permeia por todo o filme, porém ela foi receptiva ao novo contato dele apesar de tudo. O rapaz aprendeu libras durante os anos só para poder se reaproximar e concertar o elo perdido. Podendo agora compreendê-la corretamente, diferente da rejeição que ele tinha no passado, quando era criança imatura, que acreditava piamente que era ELA deveria dizer algo compreensível para ELE entender.

Ao decorrer da história, tudo ganha uma carga forte, principalmente quando os personagens secundários são inseridos. É um filme que está de parabéns por adicionar os pais em um problema tão sério, coisa que as animações adolescentes esquecem de incluir a presença. Mostra que o bullying não tem lado favorável pra ninguém, nem para quem foi vítima e nem para quem agrediu, provocando consequências que podem marcar a vida das pessoas para todo o sempre de forma irreparável. Ambos os personagens saíram machucados de forma arrasadora. Como expectadores presenciamos também com a depressão que eles sofrem e como a família e os amigos também são afetados. O garoto que cresceu acuado e completamente diferente da vitalidade que tinha, a menina cresceu sem nunca entender porque tanta hostilidade só porque ela não conseguia se fazer entender  devido sua audição, e achando-se culpada por ter nascido daquele jeito.



Podemos até pensar nisso, mas de forma nenhuma o filme está romantizando a situação dos dois. Se isso acontece, é um problema ocasionado pelo expectador. Ele trabalha com o reconhecimento do erro e das possibilidades dos extremos e por que não, também dos sentimentos? Também da vontade de consertar tudo que foi feito de errado, embora as dores do passado estejam ainda tão cruas como se tudo ainda fosse muito recente.

Como animação, ele usa uma linguagem artística muito bem desenhada e ótimos recursos de câmera. Um desfoque lateral meio lúdico e levemente retrô, deixando realmente ao centro todo o peso dramático. Belíssimo!

Recomendo demais esse filme, que deixa a reflexão de algo muito poderoso, além do peso no coração de uma história tão profunda.



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