LEGIÃO, de William Peter Blatty
Legião é um livro de 1983 e considerado a verdadeira continuação de O Exorcista, resenhado em vídeo por aqui. No cinema, ele foi adaptado no filme O Exorcista III.
Para quem já conhece a obra, o autor traz de volta o detetive Kinderman, onde abre o livro no local em que se encontra o corpo de um garoto entregador de jornal de 12 anos de idade. O menino fora crucificado, teve seu dedo indicador removido e havia a marca do símbolo do signo de Gêmeos em seu corpo. Fora isso não havia muitas evidências, porém os exames indicaram a injeção de uma substância muito usada em anestesias, que deixaria a pessoa totalmente paralisada.
Como eu já havia lido O Exorcista anteriormente já prevendo que receberia Legião em minhas mãos, a primeira coisa que notei foi a personalidade construída do detetive Kinderman, que se tornou de forma incrível, menos irritante nessa história do que na que foi apresentado. O homem é um leitor ávido e possui uma linha de raciocínio bem filosófica e peculiar sobre tudo.
Logo no terceiro capítulo somos apresentados há um personagem novo; O médico psiquiatra dr Amfortas. Um homem comportamento recluso, atrbuído ao luto que vive desde a morte de sua esposa. Amfortas é religioso, católico, e como bem sabemos através de O exorcista, a cidade do livro é conhecida por ser o locam onde os padres jesuítas residem. Os capítulos a partir daí se mesclarão muito entre a rotina investigativa de Kinderman e o sobre a rotina estranha do dr. Amfortas, além do hospital que ele trabalha.
Uma coisa que pensei muito se escreveria aqui para decidir se é ou não spoiler é esse trecho abaixo de um sonho que Kinderman tem com seu irmão Max, morto há um tempo. Ele faz uma conexão com uma desconfiança que criei sobre Amfortas logo no primeiro capítulo.
"... Deus existe, Max?
- Não no mundo dos sonhos, Bill - respondeu Max.
- Qual o mundo dos sonhos, Max? Este aqui?
- É o mundo no qual meditamos sobre nós mesmos.
Quando Kinderman o pressionou para que explicasse sua resposta, as declarações de Max se tornaram vagas e difusas. Em certo ponto ele disse "Nós temos duas almas"..."
Sobre o assassinato que abre o livro e o decorrer de sua investigação, admito que precisei (e ainda preciso) absorver mais. Diferente do livro anterior de William Peter Blatty. onde o autor tinha uma habilidade muito grande em escrever sobre o nada e manter o leitor querendo mais, Em Legião ele pecou nesse aspecto, algumas partes pareciam nunca ter fim e não davam a entender que aquilo chegaria em algum lugar. Já na segunda parte do livro é que a trama toma um rumo com muito mais ritmo e mistério. A investigação vai ficando mais dark, como leitora fiquei muito mais ávida para avançar as páginas, o que não estava acontecendo antes. Contudo, o desfecho surpreendente soou muito confuso, embora não menos empolgante.
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“Este livro foi cedido ao TRIPLO BOOKS de cortesia pela editora. Independente da parceria, todas as reviews tem como principal característica, a franqueza com as opiniões postadas.”
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