CLANNAD: REVI E NÃO SEI SE O AMO DO MESMO JEITO
Enquanto minha ressaca literária não me deixa nesse março-de-meu-deus, ao invés de procurar algo novo resolvi buscar em meus animes preferidos e velhos que deixo bem guardadinhos para ver sempre que estou nessas vibes doidas. Clannad é um visual novel (jogos de histórias onde o player decide o caminho do protagonista) que também foi lançado em duas temporadas: o Clannad (23 episódios) e Clannad: After Story (24 episódios) + especiais. Nesse post estou comentando somente sobre o anime, já que não conheço os jogos.
Essa é, provavelmente, a quarta ou a quinta vez que assisto Clannad e sinceramente tento entender como que sobrevivi ao teste dos quatro episódios na primeira vez que vi. A estrutura do anime lembra os estilos harém (um personagem, geralmente homem, e várias pretendentes) em ambiente escolar, só que sem fanservice e beirando a um slice of life (cotidiano) bem caricato. Apesar de eu gostar de animes de cotidiano, os haréns são tipos que eu evito ver, salvo poucas exceções.
O anime começa no primeiro dia do ano letivo do terceiro ano, quando Okazaki Tomoya encontra Furukawa Nagisa no meio do caminho. Ela está nervosa porque está repetindo o ano por ter ficado muito doente no ano anterior, além de tudo ser novo para ela, já que todos que conhecia já haviam se formado. O que ela mais quer é reabrir e participar do clube de teatro, e já que Okazaki tem tem muito tempo para livre de sobra, passa ajudar Nagisa. Ao longo da história mais colegas de colégio aparecem, geralmente todas com problemas que o Okazaki passa a ajudar a resolver também. Esse auxílio que ele oferece é em parte por ele ser uma boa pessoa, mas por outro lado é a desculpa perfeita que ele tem para matar algumas aulas, já que seu background é de ser um personagem que odeia tudo na escola, na cidade, na vida... é um péssimo exemplo de aluno para os padrões japoneses, além de ter problemas em casa por ser órfão de mãe e ter sido criado por um pai alcoólatra que machucou seu ombro em uma abriga anos antes. O anime tem um toque de realismo fantástico que são colocados em pontos bem espaçados na história e fazem sentido na outra temporada.
Claro que o "casal principal" é o centro das atenções, mas fica meio claro que a maioria das meninas que passam pelo anime também se apaixonam pelo Okazaki. Isso dá a característica de harém que não gosto muito, até mesmo alguns planos das cenas são semelhantes a esses tipos de jogos. O chato é que nem sempre as histórias de cada uma, que rendem alguns(sss) episódios, são boas. Por isso tento entender que o que me fez gostar de Clannad foi a carga emocional que foram jogando em pequenas pinceladas. A trama mesmo de Nagisa, a menina de saúde frágil, meio sem confiança, porém com um desejo puro e forte de ter um bom ano escolar, que tem pais jovens, cuidadosos, engraçados e que são efetivamente participativos a todo momento, acolhendo Okazaki como parte da família é bem interessante e é o que te mantém firme para ver o que sairá de tudo aquilo.
Francamente falando, eu preferia ter paciência de reeditar o anime focando na história de Okazaki e Nagisa e tendo menos milhões de minutos para algumas outras. haha. Eles, de fato produziram um anime tirado do jogo e mostraram as direções do personagem principal ajudando as pessoas que cruzavam seu caminho. Apesar de eu reclamar, temos ótimas cenas de humor protagonizadas pelos personagens secundários, então se eu fosse cortar, não cortaria tuuuudo não.
CLANNAD: AFTER STORY
A 2ª temporada do anime foi a que fez uma colocar na lista favoritos. Claro que na época eu estava meio cega com o tom meio boring da 1ª temporada, mas who cares? O After Story mostra aos poucos o tom sério e super dramático do anime. O período pós escola, início da vida adulta, trabalho, saúde da Nagisa e vários tchananan que não vou dar detalhes porque não sou a tia do spoiler. É uma temporada que mesmo revendo pela milésima vez me faz continuar gostando do anime. Essa temporada foi totalmente focada no que era importante. Imagino que para quem já assistiu, sentiu o impacto da diferença entre um e outro.
TÁ, MAS AMA OU NÃO AMA?
Sabe aquela coisa de que o sentimento tá ali, mas que não dá pra não ter senso crítico? Hoje, mais velha e talvez com uma bagagem maior (ui, madura), até entendo quem acha Clannad uma história chata. Entretanto deixo meu apoio e perseverança para aquela pessoa que está interessada em ver um anime antigo (é de 2004) que ainda não tinha a agilidade e refino que alguns dos animes atuais possuem. Mas no fim mantenho uma sensação de que vale ver, ainda que não ache tão bom como antes.
Para quem gosta de dramas, de histórias românticas que tem um toque leve de realismo fantástico, mas que misturam bem com o slice of life, esses animes produzidos pela Key fizeram bastante sucesso. Além de Clannad, fazem parte do seu catálogo animes famosos como Kanon e Air (já vi há muito tempo atrás) que tinham um fandom bem forte no ramo.
Esse gif representa o realismo fantástico que eu tentava pular, mas depois de tudo faz muito sentido. hahaha |
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